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terça-feira, 4 de junho de 2013

Golfinho Pede Socorro:



Até mesmo os pesquisadores se surpreenderam com o que aconteceu entre um golfinho e um mergulhador.
O golfinho não estava nos melhores dias. Nadava com dificuldade e se movia devagar. Até que ele encontrou um grupo que fotografa raias. Meio carente, ele girou o corpo na direção da luz.
O mergulhador percebe logo que uma linha de pesca sai da boca do golfinho e dá várias voltas no corpo do bicho. E pior: um anzol está fincado na nadadeira esquerda. O golfinho chegou e se virou: parece pedir ajuda.
O mergulhador tenta romper a linha com a mão, mas não dá certo. Ele saca, então, uma tesoura e chama o golfinho de volta. As mãos tremem de nervoso, mas o golfinho fica ali, paradinho.
O encontro inesperado foi em janeiro de 2013, próximo à praia de Kailua-Kona, no Havaí. O golfinho em apuros é do tipo nariz-de-garrafa, uma espécie também vive na costa brasileira.
Um grupo deles apareceu na última quarta-feira (29) no Rio de Janeiro e deu um show no mar.
Pela internet, o mergulhador americano Keller Laros contou que o nariz-de-garrafa do Havaí colaborou durante toda a operação de resgate.
"Eu estava com a tesoura perto dos olhos dele, e ele estava confiante. O golfinho sabia que eu só queria ajudar", disse o mergulhador.
Foi cortando, foi cortando... A linha aos poucos foi se soltando. Eram uns três metros, segundo o mergulhador. Keller explicou que era uma linha fina, usada para pescar peixes pequenos. Ele não acredita que aquele golfinho estava na mira de um pescador. O animal devia sentir fome, mordeu uma isca que estava dando sopa e arrebentou a linha.
“Os golfinhos não são alvo de pesca. Inclusive, nos Estados Unidos, eles são protegidos por legislação para que isso não aconteça. Da mesma forma aqui no Brasil”, explica o oceanógrafo Alexandre Azevedo, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Naquela área, segundo o  mergulhador americano, não há golfinhos treinados para interagir com humanos.
"Golfinhos selvagens não se aproximam de pessoas. Foi especial ele ter feito isso", ressalta Keller.
"É realmente um evento muito raro. Esse comportamento é um exemplo da inteligência do golfinho. Ele tinha um problema, detectou possíveis soluções e, o mais importante, visualizou a função que um mergulhador poderia ter diante de uma situação", diz Alexandre Azevedo.
Inteligente e paciente. Depois de dois minutos e meio de espera, o golfinho estava livre do anzol e voltou a balançar a cauda pelas águas do Pacífico.
Keller já encontrou o amigo de novo. Duas semanas atrás, um golfinho com as mesmas marcas na pele foi na direção dele, deu três voltas fazendo a maior festa. ele pensou: "Só pode ser ele".
"Eu não falo a língua dos golfinhos, mas foi legal poder dizer 'E aí, tudo bem?'", conta o mergulhador.

Para Keller, quem mergulha tem que estar disposto a libertar os animais e, assim, salvar o planeta, um golfinho de cada vez.

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